O sinal que o cupim te dá antes de destruir sua casa em silêncio
A cena é um clássico do início da noite nos dias quentes e úmidos do Brasil: de repente, uma nuvem de pequenos insetos com asas, as famosas “aleluias” ou “siriris”, invade sua casa, atraída pelas luzes. Eles parecem inofensivos, voam de forma desajeitada e, em pouco tempo, perdem suas asas, espalhando-as pelo chão. O que para muitos é apenas um incômodo passageiro, é, na verdade, um alerta vermelho. Um sinal da natureza de que uma força destrutiva pode estar prestes a se instalar na sua casa.
Essas aleluias não são primas distantes dos cupins. Elas são os cupins. Mais especificamente, são os reis e rainhas de um novo cupinzeiro, em seu voo nupcial, buscando um parceiro e um local perfeito para iniciar uma nova e devastadora colônia. E o local perfeito pode ser, infelizmente, a estrutura de madeira da sua casa, seus armários embutidos ou até mesmo o seu livro favorito na estante.
A verdade é que a revoada das aleluias é a única fase visível e barulhenta da vida de uma colônia de cupins. Uma vez que o casal real encontra uma fresta em sua parede ou no solo próximo à sua casa, o trabalho de destruição começa de forma silenciosa e invisível, podendo levar anos até que você perceba o primeiro sinal de estrago. Mas, antes disso, eles deixam pistas. E saber identificá-las é a única forma de evitar um prejuízo que pode custar dezenas de milhares of reais.
Os rastros de uma invasão silenciosa
Depois que a revoada passa e você varre as asinhas do chão, a ameaça não desapareceu. Pelo contrário, ela pode ter acabado de se instalar. A colônia recém-formada começa a trabalhar no escuro, comendo madeira, gesso e até papel de parede de dentro para fora. Mas, se você for um bom detetive, consegue encontrar os rastros sutis que eles deixam para trás.
Fique atento a qualquer mudança na sua casa, por menor que pareça. Um som estranho ou uma pequena mancha podem ser o primeiro sintoma de uma infestação que já está em andamento.
Veja mais: A invasão dos sofás: a morte da tradicional ‘área externa’
Os 5 sinais de que sua casa está sob ataque:
- “Veias” de terra na parede: Cupins de solo, os mais comuns no Brasil, constroem túneis de terra, fezes e saliva para se locomoverem do ninho (no chão) até a madeira (sua casa), protegidos da luz e do ar. Encontrar esses “caminhos” subindo pela parede da garagem, do porão ou de áreas externas é um sinal claro de infestação.
- Madeira que soa oca: Bata com os nós dos dedos em batentes de portas, rodapés ou armários. Se o som for oco ou se a madeira parecer frágil, quase como um papel, é muito provável que os cupins já tenham comido todo o seu interior.
- O famoso “pozinho” de cupim: Ao contrário do que se pensa, aquele pozinho granulado que aparece perto dos móveis não é serragem. São as fezes do cupim de madeira seca. Se você limpar e o pozinho reaparecer no mesmo lugar, é a prova de que a colônia está ativa ali dentro.
- Ondulações ou bolhas: Pintura estufada, papel de parede com bolhas ou pisos de madeira laminada que parecem ondulados podem indicar que os cupins estão trabalhando por baixo, comprometendo a estrutura.
- Barulhos no silêncio: Em uma noite silenciosa, encoste o ouvido em uma parede ou móvel suspeito. Em infestações severas, é possível ouvir um barulho baixo e constante, como um “clique” ou o som de papel amassado, que é o som de milhares de cupins mastigando a madeira.
Veja mais: Cozinha com Bancada de Madeira: Vantagens e Cuidados
Como se proteger da revoada
Prevenir é sempre mais barato do que remediar. Durante os períodos de revoada, que são mais comuns na primavera e no verão, algumas atitudes simples podem diminuir o risco de uma invasão.
- Apague as luzes: Mantenha as luzes externas apagadas e feche cortinas e janelas no início da noite para não atrair as aleluias.
- Use telas: Telas milimétricas em janelas e portas são a barreira física mais eficaz.
- Vede as frestas: Procure por rachaduras e frestas em paredes, rodapés e fundações e vede-as com silicone ou massa.
- Mantenha a madeira afastada: Evite acumular lenha, caixas de papelão ou restos de obra encostados nas paredes externas da casa.
Se você identificar qualquer um dos sinais de infestação, não hesite. Chame uma empresa especializada em controle de pragas. Tentar resolver o problema com venenos de supermercado geralmente só mata os insetos visíveis, enquanto a rainha e o resto da colônia, escondidos e protegidos, continuam o trabalho de destruição.
